OS FILHOS DA AMÉRICA (Coronavírus os caminhos do conflito)
Constituímos uma só raça mestiça que desde o México até o estreito de Magalhães, apresentam notáveis semelhanças etnográficas.
Por isso, procuro libertar-me de toda a carga de provincialismo estreito, brindo a liberdade, a autenticidade, entendendo que o Eterno nos lançou da eternidade em direção ao efêmero para que sejamos aquilo que fomos criados para SER; incapazes de provocar mudanças significativas em nós mesmos.
Sabemos que a cadeira não se transforma, a não ser que exista uma interferência externa, uma ação direta do Carpinteiro, assim como um vaso na mão do oleiro ou a cadeira nas mãos do carpinteiro, assim seja nossa vida nas mãos do Eterno.
Com esse espírito lutemos por uma América unida, sabendo que nossa sociedade começa sentir as dores de parto, estamos prestes a parir dois filhos acéfalos, o ditador e o anarquista.
Assentimos que ambos são líderes implacáveis, teremos em breve uma liderança que se levantará, é ingênuo pensar que um líder ou um rei tem amigos, eles tem seguidores e inimigos. Dessarte que teremos uma guerra extremamente difícil, principalmente contra um inimigo invisível que vem se camuflando entre a obscuridade de uma ganância fugaz por poder e domínio, enquanto a nossa ignorância é o combustível de toda guerra.
No final nos sentiremos tão indecorosos ao sair do campo de batalha que a emoção da vitória será logo interrompida pelo luto daqueles que tombaram de fome ou pelo vírus.
Em um estado perfeito, o único sentimento que deveria perdurar, seria o sentimento de um gigantesco esforço de guerra, todavia não estamos em um estado perfeito, e parafraseando o grande Tim, “aqui prostituta se apaixona, cafetão tem ciúme, traficante se vicia”, ele também poderia dizer que desprezíveis são ovacionados quando estão saindo da prisão.
Em nossas trincheiras, encontramos aqueles que tem medo da morte, os que tem medo da fome e aqueles que esperam o momento certo para queimar o castelo.
Fonte: TvUau/James Vilarino
(Jornalista, especialista em Media Training, autor do livro “Fotografias do Futuro”, Conferencista, publicitário, Teólogo e idealizador do Portal Observatório da Chapada)
Parabéns
Belíssimo texto
Momentos de caos trazem sofrimento, mas também reflexões e amadurecimento. Vemos que os seres humanos são capazes de tudo: Seja de extrema solidariedade com atos heróicos, seja se aproveitando da tragédia, pisando em mortos e feridos.
Texto de muita riqueza e lucidez, como esperado para esse competente colunista.